Auditório lotado. Os quatro filhos, o marido e o pai de Marina estavam lá. Foi a ele que a candidata agradeceu, ao se lembrar de quando saiu de casa, aos 16 anos.
“Lembra, papai, que eu te pedi ‘pai, queria que você me deixasse ir para a cidade para cuidar da saúde e estudar porque meu sonho é ser freira’? Você disse quer ir agora ou na semana que vem, quando a gente vender a borracha para ter algum dinheiro? Se você não tivesse essa cabeça, hoje não estaria aqui ocupando esse lugar”, disse a candidata a presidente pelo PV.
Marina Silva nasceu em Breu Velho, no Acre, há 52 anos. Segunda filha de uma família de onze irmãos, foi alfabetizada aos 16 anos. Foi seringueira e se formou em história.
A carreira política começou como sindicalista. Foi vereadora, deputada e senadora. Ajudou a fundar o PT e foi ministra do Meio Ambiente no governo Lula. Deixou o cargo depois de se desentender com outros ministros por causa da política ambiental. Um ano depois, filiou-se ao Partido Verde.
Candidato a vice-presidente, o dono da empresa de cosméticos Natura, Guilherme Leal, de 60 anos, fez seu primeiro discurso político e tentou explicar como duas pessoas com origens tão diferentes se uniram.
“Nossos caminhos lá atrás começaram a se aproximar. Marina saindo da Amazônia, abrindo seu espaço, defendendo sua terra e sua gente, encontra na política meio para melhor servir a sociedade. Eu, empresário, desde cedo descubro que uma empresa só prospera se serve bem à sociedade e ao ambiente que se insere. Assim, começamos a nos reconhecer”, lembrou o candidato a vice-presidente Guilherme Leal.
No discurso de quase uma hora, Marina Silva evitou críticas ao governo Lula. Destacou os avanços na área social, mas disse que ainda há muito a fazer, principalmente na educação e na conservação de recursos naturais: “Que a gente possa fazer com que no dia 1º de janeiro de 2011 o Brasil possa ter a primeira mulher negra de origem pobre presidente da República Federativa do Brasil”.
G1.GLOBO.COM
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