quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Mulheres dirigem bancos para tempos difíceis

A maioria das ugandesas não conta com títulos de propriedade sobre suas terras que lhes sirvam de garantia para obter um empréstimo, e não podem pagar os altos juros bancários. Porém, seis bancos rurais com lideranças femininas começaram a mudar as suas vidas. Estas instituições facilitam o acesso a créditos, permitindo iniciar pequenos negócios e melhorar a segurança alimentar da solicitante e de sua família. A cerca de 20 quilômetros da capital fica a aldeia de Wakiso. Aqui existe a Iniciativa de Agricultura Alimentar das Mulheres Africanas, uma cooperativa de poupança e crédito, um dos seis bancos rurais administrados por mulheres. Tem 1.600 poupadores e tomadoras de empréstimos e conta com apoio do The Hunger Project, uma organização internacional que promove soluções sustentáveis contra a fome. “É um banco único por ser dirigido por mulheres e apoiar as mulheres, especialmente as dedicadas à agricultura. Mobilizamos e incentivamos estas mulheres, para combater a fome e a pobreza economizando e tendo acesso a pequenos empréstimos”, contou a gerente da cooperativa, Rose Nanyonga. Ao contrário dos bancos comerciais, a instituição é propriedade das mulheres que participam de seu crescimento, explicou. “Nossas integrantes compram ações no banco, assim são suas donas e obtêm dividendos no final de cada ano”, disse Nanyonga. Também são mulheres as sete integrantes da junta diretora. Os serviços não se limitam ao crédito. Na entrada estão à venda insumos agrícolas, lanternas e inclusive painéis solares. Joel Kamakec, do Hunger Project, disse à IPS que sua organização busca garantir que as clientes comprem as sementes e os equipamentos corretos com o dinheiro emprestado. “Com a atual crise energética que sofre o país, todos se apressam a comprar painéis solares. Contudo, pode acontecer de usar o empréstimo na compra de um equipamento de baixa qualidade. Assim, garantimos que obtenham o correto”, acrescentou. A diretora do Hunger Project em Uganda, Daisy Owomugasho, disse à IPS que o programa de microfinanças da aldeia é parte de uma estratégia que a organização promove em Uganda e em mais oito países africanos. “O crédito sob a forma de microfinanças tem por objetivo ajudar as comunidades a cultivar alimentos, ter acesso a insumos, a sementes melhoradas ou a qualquer outra coisa que possam precisar. Vemos isso como um enfoque integrado para acabar com a fome e a pobreza da população”, afirmou Owomugasho, explicando que os homens também podem solicitar empréstimos. As comunidades obtêm treinamento para lidar e usar efetivamente o crédito para sair da pobreza. “Entretanto, nos demos conta de que para dar poder às mulheres também é necessário que elas possam obter crédito. A elas é ensinado contabilidade e conhecimentos bancários para que possam manejar elas mesmas os bancos rurais”, detalhou Owomugasho. Os seis bancos não apenas conseguem lucro como também registram uma proporção grande de pagamento dos empréstimos, porque suas integrantes sentem que são suas proprietárias, acrescentou. A 14 quilômetros de Wakiso, uma cabine de metal azul fornece serviços bancários às áreas rurais que circundam Kikandwa Parish e zonas vizinhas. É administrada por Aisha Nansuna, que recebe os depósitos diários e facilita as retiradas quando as clientes não podem viajar até a sede central. Essa cabine ajudou a criar a cultura da poupança nas mulheres rurais de Wakiso, disse Nansuna à IPS. “As mulheres trazem até mesmo uma quantia menor para poupar porque o banco está perto”, contou. Nansuna também é beneficiária do banco. Atrás da cabine está sua bem abastecida loja de remédios. “Me beneficiei muito com nosso banco. Comecei com um empréstimo para avicultura e depois pedi US$ 1,5 mil que usei para montar esta farmácia”, contou. Com o dinheiro que ganha conseguiu enviar um de seus filhos para a universidade. Outra beneficiária, Dorothy Kabajungu, de 50 anos, disse à IPS que estes bancos cooperativos cobram juros menores do que os comerciais. “Agora pagamos 20% de juros, e nos dão dez meses para devolver a quantia. Soube que os outros bancos cobram em torno de 30% de juros”, afirmou. “Este banco é muito bom porque é nosso. Gostamos muito porque não nos pressionam muito para pagar”, acrescentou. Kabajungu começou tomando emprestado US$ 125, que investiu em criação de aves. Quando pagou, recebeu outro empréstimo, de US$ 500, que também investiu na avicultura, mas também usou o dinheiro para começar a vender lenha. “Decidi me dedicar a este negócio, porque o carvão é muito caro e há procura por lenha”, contou à IPS, acrescentando que nos cursos de capacitação ensinaram a identificar e dar seguimento a uma necessidade. Graças a essa formação aprendeu a sobreviver mesmo em tempos difíceis, afirmou. (Envolverde/IPS)

Um comentário:

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