quarta-feira, 18 de julho de 2012

Gays que se dizem cristãos serão salvos? Teólogo comenta: “vida não transformada é ausência de fé”


O presidente do ministério Exodus International, Alan Chambers, famoso por ter apoiado durante anos o que se denomina como “cura gay”, declarou recentemente que acredita que o pecado do homossexualismo não impedirá a homossexuais que se declaram cristãos de irem para o céu.

O professor de teologia no Seminário Teológico de Pittsburgh, especializado no Novo Testamento, Dr. Robert AJ Gagnon, comentou as declarações de Chambers durante entrevista ao The Christian Post.

Gagnon demonstrou preocupação com as posições de Chambers: “A questão é que Alan garante mesmo a crentes auto-professos que não se arrependem de seu pecado e que afirmam a si mesmos que nenhum pecado de qualquer magnitude ou grau vai impedi-los de ir para o céu”.

Porém o presidente do Exodus afirma que o dom da salvação é irrevogável: “Você sabe que minha questão não é se os gays vão para o céu ou as pessoas heterossexuais vão para o céu. O ponto que estou tentando fazer é que nós, como crentes podemos ter segurança em Cristo, quando nós somos crentes. Eu não estou dizendo que o pecado não é pecado. Eu não estou dizendo que as pessoas devem viver em pecado sem se arrepender. Eu não estou dizendo que isso é uma marca de um crente maduro em tudo”, pontua.

No entanto, o professor de teologia Robert Gagnon frisa que o debate não se baseia na história de crentes que tropeçam no pecado, mas sim nos que vivem a prática do pecado diariamente: “Estamos falando de cristãos auto-professos que afirmam que o seu comportamento, até mesmo o comportamento que a Escritura considera como uma ofensa extrema, é realmente uma coisa boa e que não possuem a intenção de interromper o comportamento. Eu entendo que Alan vê a sua mensagem como um estímulo dos cristãos gays ‘para considerar quão grande Graça de Deus é’, para que assim, esperançosamente, eles respondam à graça com a obediência. No entanto, ‘cristãos gays’ praticantes já estão abusando da Graça de Deus”, ressaltou o teólogo, que afirmou entender que a postura de Chambers “tem o efeito oposto, de encorajá-los a continuar a abusar da Graça de Deus”.

O estudioso de teologia afirma que a permanência no pecado é demonstração de uma ausência de fé: “Meu desacordo com Alan é sobre sua crença de que nenhum comportamento imoral, de qualquer magnitude, realizado de forma impenitente e através de auto-afirmação ao longo da vida é mesmo uma indicação de uma fé inexistente. Jesus e os autores do Novo Testamento claramente consideram uma vida não transformada como evidência para justificar a ausência de fé”, diz Gagnon.

Sobre a opinião de Gagnon, Alan Chambers pondera dizendo que acredita “na justificação sob o ponto da salvação e em santificação sob o mesmo ponto de vista”, mas ressalta que “isso não significa que ao longo da jornada, os cristãos não continuam a amadurecer como crentes em Cristo [...] Mas o pecado reside, o poder do pecado reside em nossa carne. Será sempre ele a tentar-nos, portanto, nós precisamos sempre submeter a nossa mente, vontade e emoções para o senhorio de Jesus Cristo”.

Fonte: Gospel+

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